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segunda-feira, 2 de março de 2015

Agricultores familiares participam no Insa de Seminário sobre Manejo Florestal da Caatinga

O manejo florestal administrado por agricultores familiares é considerado instrumento capaz de frear o processo de degradação ambiental e o processo de desertificação no Semiárido brasileiro.
Começa hoje (02) e vai até a próxima quarta-feira (04) na sede do Insa, em Campina Grande (PB), a partir das 14h, o 1º Seminário Inserção do Manejo Florestal Sustentável da Caatinga. O evento discutirá alternativas sobre como inserir o manejo florestal na agricultura familiar. O evento é uma realização do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro e a Associação Plantas do Nordeste (Apne).
Durante o evento, serão discutidas as experiências de manejo florestal da Caatinga com agricultores familiares para demonstrar-se a viabilidade da atividade dentro da experiência da agricultura familiar, já que a maior parte deles desconhece as oportunidades econômicas que o Manejo Florestal oferece.
Foram convidados para participar do Seminário vários representantes de movimentos sociais, agricultores experimentadores, representantes de instituições acadêmicas e de organizações sociais do Semiárido. A intenção dos organizadores é de que seja produzido um guia de recomendações e estratégias para ajudar no desenvolvimento de projetos de Manejo Florestal produtivo para a agricultura familiar no Semiárido brasileiro.
Manejo Florestal na Caatinga
A Caatinga é uma floresta típica da região semiárida brasileira, único bioma exclusivamente brasileiro, possui uma área total de 844.453 km², representando aproximadamente 11% da área nacional. Metade do bioma encontra-se devastado, o Ministério do Meio Ambiente estima que apenas 54% da vegetação local ainda seja remanescente da original.
A principal causa de desmatamento da Caatinga é a extração da mata nativa para ser convertida em carvão e lenha com o intuito de abastecer as indústrias de gesso e cerâmica do Nordeste, também contribuem com o processo de degradação ambiental a pecuária extensiva e a abertura de novas áreas para a agricultura.
Dentro desse panorama, o uso do Manejo Florestal Sustentável por agricultores familiares apresenta-se como importante ferramenta de combate à desertificação. Chama-se Manejo Florestal Sustentável a gestão florestal para obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, com conservação da biodiversidade. Até porque durante a exploração dos produtos, seja a própria madeira ou resinas, raízes, cascas e cipós das árvores nativas toma-se o cuidado de respeitar os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo.

O pesquisador Frans Pareyn, coordenador da APNE, explica que hoje existe uma demanda por uma série de produtos e serviços da Caatinga, como lenha e carvão, pastoreio, produtos não-madeireiros, entre outros. Os produtos agrosilvopastoris e manejo florestal madeireiro têm sido os mais trabalhados, sobretudo por meio de alguns projetos apoiados pelo governo e que alcançam os agricultores em forma comunitária. No entanto, estes produtos também são desenvolvidos por produtores individuais que muitas vezes trabalham sem obter a devida legalização. “Daí a importância de se discutir neste evento as possibilidades e potencialidades de como envolver os agricultores familiares individuais nesta cadeia de produtos e serviços que podem ser oferecidos à sociedade com base no manejo sustentável”, ressalta. 

Texto: Assessoria de Comunicação do Insa

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