O manejo
florestal administrado
por agricultores familiares é considerado instrumento capaz de frear o processo
de degradação ambiental e o processo de desertificação no Semiárido brasileiro.
Começa hoje (02) e vai até a próxima
quarta-feira (04) na sede do Insa, em Campina Grande (PB), a partir das 14h, o 1º Seminário Inserção
do Manejo Florestal Sustentável da Caatinga. O evento discutirá
alternativas sobre como inserir o manejo
florestal na agricultura familiar. O evento é uma realização do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Unidade de
Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria
com o Serviço Florestal Brasileiro e a Associação Plantas do Nordeste
(Apne).
Durante o evento,
serão discutidas as experiências de manejo florestal da Caatinga com
agricultores familiares para demonstrar-se a viabilidade da atividade dentro da
experiência da agricultura familiar, já que a maior parte deles desconhece as
oportunidades econômicas que o Manejo Florestal oferece.
Foram convidados
para participar do Seminário vários
representantes de movimentos sociais, agricultores experimentadores,
representantes de instituições acadêmicas e de organizações sociais do
Semiárido. A intenção dos organizadores é de que seja produzido um guia de
recomendações e estratégias para ajudar no desenvolvimento de projetos de
Manejo Florestal produtivo para a agricultura familiar no Semiárido brasileiro.
Manejo
Florestal na Caatinga
A Caatinga é uma
floresta típica da região semiárida brasileira, único bioma exclusivamente
brasileiro, possui uma área total de 844.453 km², representando aproximadamente 11% da área
nacional. Metade do bioma encontra-se devastado, o Ministério do Meio Ambiente
estima que apenas 54% da vegetação local ainda seja remanescente da original.
A principal causa
de desmatamento da Caatinga é a extração da mata nativa para ser convertida em
carvão e lenha com o intuito de abastecer as indústrias de gesso e cerâmica do
Nordeste, também contribuem com o processo de degradação ambiental a pecuária
extensiva e a abertura de novas áreas para a agricultura.
Dentro desse
panorama, o uso do Manejo Florestal Sustentável por agricultores
familiares apresenta-se como importante ferramenta
de combate à desertificação. Chama-se Manejo Florestal Sustentável a gestão
florestal para obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, com
conservação da biodiversidade. Até porque durante a exploração dos produtos,
seja a própria madeira ou resinas, raízes, cascas e cipós das árvores nativas
toma-se o cuidado de respeitar os mecanismos de sustentação do ecossistema
objeto do manejo.
O pesquisador Frans
Pareyn, coordenador da APNE, explica que hoje existe uma demanda por uma série
de produtos e serviços da Caatinga, como lenha e carvão, pastoreio, produtos
não-madeireiros, entre outros. Os produtos agrosilvopastoris e manejo florestal
madeireiro têm sido os mais trabalhados, sobretudo por meio de alguns projetos
apoiados pelo governo e que alcançam os agricultores em forma comunitária. No
entanto, estes produtos também são desenvolvidos por produtores individuais que
muitas vezes trabalham sem obter a devida legalização. “Daí a importância de se
discutir neste evento as possibilidades e potencialidades de como envolver os
agricultores familiares individuais nesta cadeia de produtos e serviços que
podem ser oferecidos à sociedade com base no manejo sustentável”, ressalta.
Texto: Assessoria de Comunicação do Insa
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