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terça-feira, 24 de março de 2020

Uma escola de jornalismo chamada TRIBUNA DO NORTE

Principal marco da história do jornalismo impresso potiguar ainda em plena atividade editorial, o jornal TRIBUNA DO NORTE comemora neste dia 24 de março de 2020, 70 anos de fundação, mantendo até os dias atuais uma linha editorial moderna, arrojada e com pleno compromisso com o leitor e a verdade dos fatos. O matutino diário ao longo dos anos firmou-se não só como um simples órgão de imprensa, mas como uma verdadeira escola de jornalismo. 

O jornal já nasceu sob a égide do bom jornalismo, através do ideal visionário do seu fundador, o jornalista e ex-governador Aluízio Alves, um angicano que desde muito cedo entendeu ser a imprensa livre e independente o verdadeiro bastião da defesa dos clamores da sociedade e do estado democrático de direito.

Foi dentro dessa concepção que a TRIBUNA DO NORTE, nos anos de chumbo, carregou suas tintas contra o arbítrio e tornou-se o que é até hoje – um jornal convicto de seu papel de servir de caixa de ressonância para os anseios da sociedade, reportando fatos e acontecimentos através de um jornalismo de qualidade, e brindando sempre o leitor com reportagens bem apuradas, equilibradas e, inquestionavelmente, informativas.

No entanto, nem só da glória do bom combate jornalístico viveu a TRIBUNA DO NORTE.

O jornal enfrentou por diversas ocasiões dificuldades para manter suas rotativas trabalhando. E no cenário da escassez financeira, entrava em cena o ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves, a quem coube por diversas  vezes o papel de manter vivo o sonho do seu pai, Aluízio. 

Mesmo sendo um veículo de comunicação nascido no seio de uma família que adotou a atividade política como forma de colaborar com o fortalecimento do Rio Grande do Norte, a TRIBUNA DO NORTE nunca abriu mão de seu principal capital – o compromisso com a verdade.

Diante dessa marca registrada – o compromisso com a verdade -, seria exagero da minha parte dizer que a TRIBUNA DO NORTE foi e ainda é uma escola de jornalismo, em cujos corredores passaram talentos e formaram-se nomes de relevo do jornalismo potiguar?

Creio que não. 

Em atividade desde 24 de março de 1950, o jornal TRIBUNA DO NORTE tornou-se um “setentão”, sem, no entanto, envelhecer. 

A TRIBUNA DO NORTE chega aos 70 anos, sendo um jornal moderno, eclético e atual. 

Quando muitos apostavam no fim do jornalismo imprenso, o jornal da Tavares de Lira mais uma vez mostrou a sua capacidade de transformação, ao implantar a versão digital do seu conteúdo, surgindo então o portal “TN ON LINE”, um ‘case’ de sucesso que no ano de 2019 acumulou cerca de 130 milhões de visualizações de páginas, conforme relata a estatística do Google Analytics.

Em um tempo em que a “internet das coisas” está cada vez mais próxima no nosso dia a dia, a TRIBUNA DO NORTE é um exemplo de êxito também no mundo digital.

Dos atuais aos antigos repórteres e colunistas, das máquinas de escrever que viraram peças de museu ao site alimentado em tempo real, a TRIBUNA DO NORTE é uma história de sucesso que foi construída sob olhar visionário de Aluízio Alves. 

Não foram em vão os esforços daqueles escribas que ao longo de décadas contribuíram com seus talentos para que a “velha” escola de jornalismo permanecesse até os dias de hoje como uma referência para as novas gerações de jornalistas.

O leitor que abre a versão impressa da TN ou acessa o site ou suas redes sociais, contará sempre com informações sérias, opiniões honestas e serviços úteis.

Certa vez, nas páginas da TRIBUNA DO NORTE, li um texto intitulado “O Jornalismo e a Tribuna do Norte”. 

Esse relato histórico dizia que da acanhada redação do jornal nas décadas de 50 e 60 e grande parte dos anos 70, quem estava na produção das reportagens não era somente jornalistas. Eram poetas, romancistas, políticos, boêmios. 

Citava nomes como Rômulo Wanderley, Berilo Wanderley, Murilo Melo Filho, o próprio Aluízio Alves, Geraldo Melo, Garibaldi Alves e Garibaldi Alves Filho, que contribuíam com textos diários e/ou semanais. 

Agnelo Alves, por sua vez, criou e imortalizou, durante as décadas de 70 e 80, a figura de “Neco”, personagem que assinava as “Cartas ao Humano”, textos de crítica de costumes, política e social com os quais exponha suas análises, ideais e também desnudava a hipocrisia e o autoritarismo da ditadura militar e dos governos estaduais nomeados por ela, driblando a censura e a truculência do regime de exceção vigente no Brasil.

Ticiano Duarte também foi um fiel soldado da resistência no tempo que trabalhou na TN. Chegou até a responder um inquérito policial/militar no tempo da Ditadura e foi absolvido.

Pela redação da TRIBUNA DO NORTE passou, também, o ex-prefeito Odorico Ferreira de Souza, que nunca havia trabalhado com jornalismo, mas aceitou o convite para assumir o cargo de redator-chefe. Foram três anos na função até se mudar para a Itália. Mussoline Fernandes, um dos maiores intelectuais que o Rio Grande do Norte já teve e que na TRIBUNA DO NORTE fez de tudo. Escreveu desde esportes, críticas de teatro e cinema, política e inspirou jornalistas mais novos.

Expresso meus votos de parabéns, desejando que a Empresa Jornalística Tribuna do Norte continue por muitos anos realizando o seu trabalho de fazer um jornalismo marcado pela seriedade, imparcialidade e independência. 

Com dezenas de prêmios conquistados ao longo dos anos de existência, a Tribuna é uma referência para a imprensa nacional. 

Me confraternizo também com as novas gerações de jornalistas, com os vários profissionais do jornalismo que agora e no passado recente exercem e exerceram com maestria a missão de levar adiante o legado de Aluízio Alves.

Tenho a convicção de que foi o comprometimento das antigas e novas gerações de jornalistas o responsável pelo fato de a TRIBUNA DO NORTE chegar aos setenta anos, ainda fazendo jus ao seu antigo slogan: “O Melhor Jornal, Para o Melhor Leitor”.


Deputado estadual Tomba Farias

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