No dia 18 de setembro o Brasil inteiro se mobiliza em torno do diagnóstico precoce do Retinoblastoma (tumor que afeta a retina, o fundo do olho). É um dos tipos de câncer que mais acomete crianças e adolescentes.
O dia D de conscientização e incentivo ao diagnóstico precoce do Retinoblastoma faz parte da programação da campanha SETEMBRO DOURADO, que está sendo desenvolvida em todos os estados pela Confederação Nacional das Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer – CONIACC, entidade congrega 49 instituições espalhadas por todo o País. A campanha visa chamar a atenção, através de ações preventivas e educativas, para os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil e a importância do diagnóstico precoce.
Retinoblastoma Segundo a Sociedade brasileira de Oncologia Pediátrica, o Retinoblastoma é um tumor maligno originário da membrana neuroectodérmica da retina embrionária, compreendendo de 2 a 4 % dos tumores malignos pediátricos. É o tumor maligno ocular mais frequente da infância. Ele afeta 80% das crianças abaixo de três a quatro anos, sendo que a média de idade do diagnóstico é dois anos.
O Retinoblastoma pode ser classificado como esporádico ou hereditário. Na forma esporádica, o tumor é unilateral (afeta um olho apenas) e corresponde entre 60% e 70% dos casos. Na forma hereditária, o tumor pode ser unilateral, correspondendo a 15% dos casos, ou bilateral (os dois olhos são afetados) que corresponde a 25% dos casos.
Os sinais e sintomas do Retinoblastoma dependem de seu tamanho e da sua localização. O sinal mais comum é a leucocoria (semelhante ao “reflexo branco” ou “reflexo do olho de gato”). Isso decorre do descolamento de retina causada pela massa do tumor, com sua possível visualização através da pupila. Outros sinais encontrados são: estrabismo, sangramento de alguma parte do olho, perda de visão, vermelhidão dos olhos, heterocromia (um olho de cada cor) e glaucoma (doença que atinge o nervo óptico) secundário.
Teste do Olhinho em bebês detecta precocemente O diagnóstico é feito pelo exame oftalmológico. Exames de imagem como tomografia de crânio e órbita ou ressonância, são indicados para confirmação diagnóstica e avaliação da extensão do tumor. O diagnóstico histológico é confirmado após a retirada do globo ocular, indicada como tratamento em alguns casos.
Para detectar o Retinoblastoma em bebês existe o Teste do Olhinho, um exame que pode ser realizado ainda na maternidade para observar o reflexo da pupila da criança. É um exame muito simples, não é invasivo. Durante o procedimento, o médico incide uma fonte de luz na pupila da criança e observa a cor do reflexo – que geralmente é vermelho ou alaranjado, a depender da luz incidida. A partir deste reflexo, é possível constatar a presença de vários tipos de lesões, como retinoplastia da prematuridade, cegueira, glaucoma, catarata, ou ainda infecções e traumas que podem ter ocorrido durante o parto. O objetivo é prevenir lesões irreversíveis e diagnosticar precocemente problemas, como o Retinoblastoma.
Tipos de tratamento O tratamento é programado de acordo com a extensão da doença, se o tumor está apenas dentro do olho ou atingindo nervo óptico, se acomete apenas um ou dois olhos, assim como se apresenta metástases ou não. Os tipos de tratamento desse tipo de tumor são: retirada do globo ocular, termoterpia transpupilar (radiação infravermelha que provoca a hipertermia do tecido do tumor), crioterapia (substâncias que rebaixam a temperatura do tecido), laser, braquiterapia (terapia aproximação ou inserção da fonte de radiação no paciente), radioterapia externa e quimioterapia.
Os objetivos do tratamento dos pacientes com Retinoblastoma é preservar da vida e visão do paciente. A sobrevida para pacientes tem melhorado muito nos últimos anos, devido aos avanços com diagnósticos precoces e melhores opções terapêuticas. Setembro Dourado alerta para o diagnóstico precoce A CONIACC e as instituições filiadas estão realizando o Setembro Dourado como forma de conscientizar a população e desenvolver em todo o Brasil a cultura de detectar precocemente os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil.
O câncer infantojuvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos) e os do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático).
Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e os sarcomas (tumores de partes moles).
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer – INCA, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (7% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, para todas as regiões. Estima-se que ocorrerão cerca de 12.600 casos novos de câncer em crianças e adolescentes no país por ano, em 2016 e em 2017. As regiões Sudeste e Nordeste apresentarão os maiores números de casos novos, 6.050 e 2.750, respectivamente, seguidas pelas regiões Sul (1.320), Centro-Oeste (1.270) e Norte (1.210).
Para tentar reverter esse prognóstico, as instituições trabalham na divulgação dos principais sinais e sintomas do câncer infantojuvenil. Segundo o INCA, em torno de 70% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados, obtendo uma boa qualidade de vida.
“Esperamos contar com a colaboração, e mais que isso, com a mobilização de toda a sociedade no sentido de que o câncer em crianças e adolescentes possa ser detectado o mais cedo possível e, assim, que seja alcançada a cura. A gente precisa virar multiplicador, fazer com que a sociedade se mobilize em torno dessa informação. Temos que pensar que qualquer pessoa pode ter o seu filho com câncer, mas que, com o diagnóstico precoce, ele pode se tornar um adulto curado e sem sequelas”, afirmou Rilder Campos, presidente do CONIACC. Sobre a CONIACC A Confederação Nacional das Instituições de Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer - CONIACC representa as instituições de apoio à criança e ao adolescente com câncer espalhadas por todo o Brasil. Atualmente conta com 49 Instituições filiadas.
Através da CONIACC surge uma nova abordagem do papel das Instituições de Assistência às Crianças e Adolescentes com Câncer, ancoradas por uma visão de futuro, reconhecendo a responsabilidade de sua liderança em proporcionar melhor qualidade de vida e dignidade, minimizando a dor e o sofrimento dos pacientes portadores de câncer infantojuvenil. Graças ao engajamento de seus dirigentes, a CONIACC possui representatividade e um propósito bem definido, que é o de estimular e apoiar através de uma rede de ações, em todos os níveis da sociedade, um olhar mais sensível para a criança e o adolescente com câncer e suas famílias.
Informações à imprensa: Zenaide Castro Assessora de Imprensa CONIACC 84 99981-3942 imprensa@coniacc.org.br