Biólogos do Instituto Ambiental sugerem cautela nesse período do ano e orienta banhistas a não tocarem no animal marinho.
Nesse período do ano, época de mudanças de ventos e de correntes marítimas no Litoral Potiguar, é comum se deparar com a presença de caravelas-portuguesas (Physalia Physalis) no mar e na faixa de areia de algumas praias. Sabendo disso, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – Idema orienta a população para que tenha cuidado ao realizar caminhadas nas praias ou até mesmo utilizar as águas para banho.
Esta semana, o representante do Sindicato dos Bugueiros Profissionais do RN (SindBuggy-RN), Hertz de Moura Medeiros, localizou uma quantidade considerável de caravelas nos trechos de Pirangi do Sul, Pirambúzios e Búzios.
“Ao fazer o roteiro do litoral Sul, em direção à Praia de Pipa, encontrei muitas caravelas na faixa de areia dessas praias, mas, nas de Barreta e Malembá não houve registro. É importante repassar a mensagem para a população, pois muita gente não conhece, pode se confundir com plástico ou, por descuido, acabar se machucando também”, disse Hertz Medeiros ao entrar em contato com o Idema nesta terça-feira (22).
O representante comentou que o grupo de profissionais constata a presença desses organismos na areia, quando os ventos estão mais fortes. “Alguns moradores chegaram até a nos parar para orientar os banhistas sobre a presença de caravelas”, completou o presidente do SindBuggy-RN.
O biólogo e coordenador do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação do Idema, Rafael Laia, alerta para que a população, banhistas e mergulhadores evitem pegar ou tocar nos animais marinhos.
“Em períodos reprodutivos, de mudanças de ventos e de correntes marítimas, a densidade de caravelas-portuguesas, nas praias que frequentamos, pode aumentar o número de acidentes com banhistas. Ela aparenta ser um único indivíduo, mas na verdade é um conjunto de organismos que vivem em colônia. Possuem a cor azul, rosa ou roxa, e tentáculos urticantes utilizados tanto para se alimentarem quanto para se defenderem. Em contato com a pele, esses tentáculos podem provocar queimaduras de até terceiro grau”, disse.
O biólogo comentou, ainda, que a espécie também modifica sua cor natural e outras características em razão do desgaste, aparentando muitas vezes o formato de um plástico-bola.
O Idema recebeu, também, informação de moradores de Maracajaú sobre a incidência de caravelas no litoral Norte do RN.
Caravela-portuguesa
Apesar de chamar-se portuguesa, a Caravela vive nas águas tropicais dos oceanos. Seu nome popular é em razão da aparência desses organismos, que têm uma parte do corpo que flutua, lembrando as embarcações de Portugal do passado.
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